quarta-feira, 7 de setembro de 2011

MILITANTE DO MTST SOFRE ATENTADO NO DISTRITO FEDERAL


Durante a noite do dia 6 de setembro, dois homens armados invadiram a casa de Edson Francisco, membro da coordenação nacional do MTST em Brazlândia – DF.
Os homens arrombaram o portão, entraram na casa e dispararam vários tiros contra Edson que conseguiu fugir sem ferimentos graves.
Desconhecemos a origem desse atentado, mas temos clareza de que isso é parte da intensa criminalização sofrida pelos Movimentos Populares em todo o Brasil.
Edson já havia sido ameaçado por algumas vezes, após o desfecho da ocupação Gildo Rocha, que resultou numa grande vitória do MTST contra o governo distrital.
Além disso, militantes do MTST em outras partes do país estão sendo ameaçados de morte constantemente. Os casos de Minas Gerais e Amazonas são os mais recentes.
No último dia 26 de agosto, uma comissão do Movimento foi recebida pelo Ministério dos Direitos Humanos que se comprometeu a analisar os casos, mas até agora nenhuma medida concreta foi tomada.
Essa nota é uma denúncia contra a criminalização que agora passou das ameaças e foi à realidade. Serve como um apelo aos companheiros de luta e aos diversos meios de comunicação para que divulguem a grave situação dos lutadores populares no Brasil.
Mas antes de tudo essa nota é um Grito. É o início de uma resposta. Pois, se acham que o MTST irá recuar diante disso, enganaram-se redondamente. Sabemos contra quem lutamos e o que queremos. Nossa luta continua e irá se intensificar por todo o Brasil. Não é por acaso que nossa bandeira é vermelha!

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – Coordenação Nacional

Papo Reto


Contribuição para o Zine Papo Reto número 3 que há de sair em breve.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Peça: SE UM EXISTE OUTRO SOME, na Flaskô


“Se um existe outro some” é uma adaptação da peça “Os Azeredo mais os Benevides”, escrita em 1963 por Oduvaldo Viana Filho, o Vianinha, na época do CPC (Centro Popular de Cultura). O espetáculo estrearia em 1964 e inauguraria o teatro da UNE (União Nacional dos Estudantes), no Rio.   A grande expectativa em torno da estréia, entretanto, deu lugar à frustração: em 1º de abril de 64, um dia depois do golpe que instaurou a ditadura no Brasil, o teatro da UNE foi incendiado e destruído pelos militares, o que inviabilizou as apresentações de “Os Azeredo…”.   A peça é um dos textos mais avançados da obra de Vianinha, muito influenciado pela obra de Bertolt Brecht, com forte referência à Mãe Coragem. Em “Os Azeredo…”, Vianinha, em sua busca incessante por uma dramaturgia que colocasse em questão os problemas brasileiros a partir de uma perspectiva crítica, começa a se distanciar da forma dramática e a se aproximar do teatro épico dialético.   A partir da história da exploração de um grupo de lavradores que, em 1910, vão para a Bahia plantar cacau nas terras de um jovem burguês, filho de uma tradicional e decadente família carioca, o autor tenta dar conta de uma série de temas relacionados à formação e operação do capitalismo no Brasil.   Vianinha procura desmascarar os mecanismos de sustentação do capital, ao mesmo tempo em que trata de elementos brasileiros. Na obra, são examinadas as relações de favor que escamoteiam a exploração no campo, viabilizam a cooptação dos empregados e fomentam o individualismo e a disputa entre os lavradores.
A peça também coloca em questão o “desenvolvimento” baseado nos ciclos de modernização conservadora, que, ao mesmo que tempo em que promovem a dependência econômica ao capital estrangeiro e submetem os pobres do campo a processos contínuos de expulsão territorial, geram riqueza às elites – e só por esta razão se justificam.   O Estado é exposto como instrumento usado pelas classes dominantes para fins privados e como meio de legitimar a violência para garantir a manutenção da ordem social.   O Brasil moderno nasce desses processos, que se encerram, ou recomeçam, na expansão das periferias das grandes cidades. No campo, prevalece a concentração de terras no Brasil e a produção baseada na exportação de produtos primários. Um número reduzido de corporações estrangeiras, organizadas em cartéis e associadas a grandes fazendeiros, controlam a produção dos principais gêneros agrícolas (soja, cana-de-açúcar, milho, laranja etc).   A propriedade rural continua inquestionável, ainda que a maioria dos latifúndios seja fruto da grilagem de terras. A violência, via polícia, Justiça ou pistolagem, oprime os que se levantam contra essa ordem bárbara. Até hoje, na história do Brasil, não se fez reforma agrária, apesar da luta incansável dos MST e de outros movimentos sociais. Mais de 100 mil famílias permanecem acampadas em beiras de estradas país afora aguardando um lote e milhares de trabalhadores ainda são submetidos à escravidão.   A falta de apoio à agricultura familiar, somada à manutenção da pobreza no campo, impele jovens e famílias inteiras a migrarem para as caóticas e saturadas cidades grandes, onde irão competir freneticamente por trabalho e moradia.   Por todas essa questões a peça de Vianinha se mantém vital e, a cada cena, nos põem a refletir: de quem é o Brasil?

UPPs de merda

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/970315-moradores-do-alemao-divulgam-video-de-confronto-com-exercito.shtml


UPP prende cinco jovens no Morro da Coroa e tenta vendê-los para outras favelas
 
"Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) prenderam no último dia 29 de agosto, cinco jovens do Morro da Coroa, no Centro do Rio de Janeiro. A prisão foi por volta da 6h da manhã, mas somente à tarde, às 14h, os policiais levaram os rapazes para delegacia. 
 
Integrantes da Rede Contra Violência, assim que receberam a denúncia, ligaram para várias delegacias, mas sem sucesso, foram juntos com os familiares visitar delegacias mais próximas de onde a favela está localizada para saber alguma informação sobre o paradeiro dos jovens. 
 
Segundo os familiares, os delegados da 6º e da 7º Delegacia de Policia não quiseram aceitar os jovens, já que os policiais da UPP só os levaram muito tempo depois de terem realizado a prisão. A demora em levar os jovens para a delagacia não foi por acaso: "antes de apresentar os jovens presos em alguma delegacia, levaram eles para diversas outras favelas na tentativa, ao que parece, de ´vendê-los` para facções do tráfico de drogas", afirmam moradores da comunidade. 
 
Só a 5º DP que atendeu. Familiares dos rapazes afirmam também que os jovens foram machucados. Um deles apresentou ferimentos no pescoço. Até agora, apenas um foi solto, todos os outros foram para o presídio Ary Franco. 
 
No início da madrugada de 30 de agosto, familiares dos jovens presos e militantes da Rede Contra Violência, na saida do Instituto Medico Legal, foram abordados por policias militares de forma violenta, sendo que um dos policiais que estavam na viatura (cujo número é 513462) empunhou seu fuzil na direção dos mesmos tentando intimidá-los.

O caso está sendo acompanhado pelo Comitê Estadual para a Prevenção e Combate a Tortura/Alerj e pela Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos."

Comissão de Comunicação da Rede contra Violência 




domingo, 4 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

JUIZA IGNORA PEDIDO DE OUVIDOR AGRÁRIO E MANDA DESPEJAR AS FAMÍLIAS


JUIZA IGNORA PEDIDO DE OUVIDOR AGRÁRIO E MANDA DESPEJAR AS FAMÍLIAS


01/09/2011 - 16:30 h
Setor de Comunicação - MST - Regional Campinas
Fotos: João Zinclar
A noite do dia 29 de agosto de 2011 foi tensa no Assentamento Milton Santos e na nova ocupação em Americana. 
700 famílias ocupavam a área há 24 dias e no última dia 30 a PM realizou uma reinegração de posse aterrorizante para acampados e assentados.

Muitas famílias não puderam entrar no local, que foi fechado pela polícia. O cerco começou no  início da noite. Diversas famílias assentadas, impedidas de entrar em suas casas, tiveram que passar a noite em carros. Acampados foram detidos indevidamente só por tentar voltar para o acampamento. Um grupo de assentados e o advogado do movimento Vandré Paladini que vinham de uma audiência pública com a Ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário que ocorreu na Assembléia Legislativa em São Paulo, foram barrados na estrada que liga Americana ao Assentamento. Durante toda a noite a polícia percorreu as estradas internas do Assentamento constrangendo acampados e assentados que passavam no local.

Foram disparados tiros de fuzil e lançados rojões com o intuito de intimidar as famílias. O clima de guerra e conflito iminente fez com que os assentados interviessem e acolhessem os acampados em suas casas. Estima-se que cerca de 150 famílias refugiaram-se na área do assentamento. As famílias acampadas não tiveram tempo de retirar os seus pertences.

O comandante da operação chegou ao local tentando identificar a coordenação do acampamento, como os acampados e assentados se recusaram a dar informações os policiais receberam ordem de destruição imediata das estruturas. A operação iniciou com uma chuva de balas de borracha que perfuraram os barracos, felizmente ninguém se machucou.

Na manhã do despejo a polícia ainda cercava as entradas impedindo, inclusive, a passagem de jornalistas, apoiadores e advogados. O transporte escolar ficou preso na barreira policial e várias crianças não puderam ir a escola, muitas delas assistiram a ação policial aterrorizadas. A rotina dos assentados foi totalmente alterada, cerca de 4 mil Kg de alimentos retirados semanalmente e doados às entidades assistenciais da região não puderam ser entregues e os produtores ficaram no prejuízo.

A justiça mais uma vez defendeu os interesses dos latifundiários de terra, usineiros. A juíza de Americana responsável pelo processo emitiu a liminar a favor da Usina Ester, ignorando o fato de que a área pertence ao INSS e, não levando em consideração o pedido do Ouvidor Agrário Nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) desembargador Gercino José da Silva Filho, que solicitou o adiamento do cumprimento da liminar até que a situação da terra ocupada fosse investigada.

Durante todo o dia de ontem (31-08) a operação continuou com a destruição de um bambuzal próximo ao local, abertura de valas e remoções de terra. Os pertences dos acampados amontoados no dia anterior, numa área vizinha, foram queimados (colchões, roupas, utensílios e ferramentas). Devido aos abusos cometidos pelos policiais os advogados do movimento estão ouvindo acampados e assentados para buscar responsabilizar os culpados.


Solicitamos às autoridades que tomem providências de modo que os direitos dos acampados, assentados e moradores da região (Sobrado Velho e Morada das Carolinas) sejam respeitados. As famílias assentadas temem, inclusive, as retaliações, já que as intimidações por milícias formadas por policiais que fazem a “segurança particular” da Usina são constantes.

Continuaremos denunciando a grilagem de terras públicas para usufruto de particulares e as injustiças cometidas contra os trabalhadores!!!
Reforma Agrária Já!


Polícia para quem precisa de polícia!


Segue link da reportagem da Record sobre a reintegração de posse em Americana
http://www.tvb.com.br/balancogeral/videos-exibe.asp?v=16116

conforto