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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O coração da mãe aperta

As pessoas ficaram loucas. O trabalho ganhou um valor por ele mesmo. Não importa pra que serve o trabalho, o que ele produz. Bonito é trabalhar. Não importa o que você está fazendo e produzindo. Bonito é fazer, é produzir, é trabalhar.






Tá fazendo pesquisa de opinião que só vai servir pra quem tá no poder continuar no poder, Com licença, senhora, Pois não, Quer me responder algumas perguntas, só leva 4 minutinhos, Claro. E aí você fica sabendo tudo que ela acha, faz isso com mais duas mil pessoas e planeja sua campanha pra continuar no poder.





To indo trabalhar numa fábrica, Fábrica de que?, Eu produzo o parafusinho da presilha que prende um tranco duma portinhola duma caixa de aço de um aparelhinho que serve para...

Colher sementes?

Fabricar carros?

Torturar animais?

Torturar pessoas?

Não importa.

O David conseguiu um novo trabalho, graças a Deus.





- Mané, hoje o dia foi duro, lavei oito máquinas de roupa, o banheiro, a cozinha, fora a louça...

E Mané fica orgulhoso da esposa.





O dia anterior:

- E aí filho, como foi?

- Nada ainda, mãe...

- Pena...

O coração da mãe aperta. A vontade de chorar é grande.





- Esse mês batemos o recorde de faturamento!! Vamos fazer um churrasco pra comemorar!!!

- O Seu Carlos é gente fina...

- É chefe mas é legal...





O dia seguinte:

- E aí filho, como foi?

- Consegui, mãe...

- É mesmo??!!!

- Mesmo...

- Que bom!!!

Se abraçam. O coração da mãe aliviado. Agora o filho está empregado.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Miséria

(editorial da Miséria 1)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Cubano Sócrates

Confira trecho da entrevista que Sócrates deu à pergunta cretina da Folha de São Paulo:

"Folha: Por falar nisso, em toda essa impressionante onda de carinho que cercou você nesses dias, há também quem diga que de democrata você não tem nada porque deu o nome de Fidel a seu caçula. É mais uma de suas contradições?

Sócrates: De fato, estou tirando muita coisa de positivo neste meu quase nascer de novo. Quanto ao Fidel Castro, símbolo da Revolução Cubana, como Che Guevara, as pessoas estão mal informadas. No nosso país se conhece muito pouco o que acontece fora daqui e mesmo aqui dentro. A estrutura política cubana é extremamente democrática. Eu queria que meu filho nascesse lá, eu queria ser um cubano. Nós estivemos lá agora, nós fomos passear! Peguei minha mulher e fui lá, passear, curtir lampejos de humanidade. Um povo como aquele, numa ilhota, que há mais de 60 anos briga contra um império, só pode ser muito forte, e ditadura alguma faz um povo tão forte. Ditadura não é tempo de serviço, necessariamente é qualidade de serviço. Em Cuba, o povo participa de tudo, em cada quarteirão. E aqui? Pra quem você reclama? Você vota e não tem pra quem reclamar."

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Calcinha Vermelha


Ela não se preocupava com a maneira como estava sentada, talvez a provocação fosse sua intenção verdadeira, seus olhos encaravam um ponto fixo porém inatingível para as outras pessoas, eu apenas a observava e gostava do que via, ela foi uma musa por alguns intantes, o tempo de um cigarro, tempo de contemplação. Quando fui dormir peguei-me na lembrança dela, e não pude evitar o calor do corpo e o suor. Não sei seu nome, e com o tempo não lembrarei mais de seu rosto, da cor da sua pele e de seus cabelos, mas a cor da calcinha, a essa cor rubra-sangue, nunca sairá da minha mente, perturbação noturna.

(o desenho foi retirado da revista Chiclete com Banana 6, de uma foto da página do fetichista Edi Campana, doces sonhos)