sábado, 28 de janeiro de 2012

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Ação no Pinheirinho teve MORTES!!!


De um dirigente do MTST: "Caros companheiros. Neste momento
estamos realizando um ato no palácio do governo de SP em denúncia ao
massacre do Pinheirinho. Pela manhã travamos a rodovia Anhanguera, na
região de Campinas. Além destas ações, o MTST realizará ainda hoje ações em
Brasília e Belo Horizonte. Várias outras ações estão ocorrendo pelo país,
com o envolvimento de todas as organizações de esquerda. É muito importante
que os companheiros se envolvam. *É preciso fortalecer a denúncia dos 3
assassinados no dia de ontem, com total bloqueio da imprensa. Os corpos não
foram levados para o IML de São José e estão desaparecidos. Um deles é uma
criança de 4 anos de idade, que chegou morta ontem as 18 hs ao PS Vila
Industrial, após levar 1 tiro de borracha no pescoço. Temos várias
testemunhas, mas os hospitais - por ordem expressa da prefeitura e da PM -
não confirmam as informações, temendo ampliar a indignação e a resistência.*
É fundamental utilizarmos nossos canais para denunciar estes fatos".

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PINHEIRINHO: QUEM APANHA, LEMBRA

por Latuff *

Este texto é um desabafo. Não pretendo que seja uma análise aprofundada. Outros artigos estão sendo escritos com esse propósito, por gente bem mais capacitada que eu. Expresso aqui a revolta que contamina meu coração desde domingo passado, quando acordei com a notícia de que os milhares de moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos, estavam sendo desalojados.

Para continuar lendo esse texto do Latuff entre AQUI

Violência no Pinheirinho

Mais um vídeo que mostra os abusos da Polícia Militar de São Paulo na reintegração de posse do Pinheirinho:

http://videolog.tv/video.php?id=746105

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Massacre no Pinheirinho: a verdade não mora ao lado

Vídeo do Coletivo de Comunicadores Populares:

Pinheirinho e o Fascismo


"O que vem acontecendo com os moradores da comunidade do Pinheirinho em São José dos Campos só tem um nome: fascismo! O governo de São Paulo quer ver moradores migrantes longe de seu estado, para isso promoveram uma carnificina. Por isso abrigam os moradores de Pinheirinho em alojamentos improvisados sem mínimas condições de abrigo, sem comida, sem água, forçando-os a aceitarem a saída encontrada pelo seu governo: uma passagem de volta para o seu lugar de origem. Campos de concentração, humilhação e extermínio. O governo federal age como se não visse nada, é cúmplice de uma atitude autoritária, a presidente do Brasil se vangloriava em período eleitoral de ter sobrevivido às mazelas da ditadura militar, mas lava suas mãos à ditadura promovida pelo governo do estado de São Paulo. Até quando    os interesses políticos e econômicos falarão mais alto que a porra de uma existência mais humana. PINHEIRINHO RESISTE DENTRO DE TODOS NÓS!!!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Massacre no Pinheirinho: UM DESABAFO SOBRE A COMUNICAÇÃO (OU A AUSÊNCIA DELA NO DIA DE HOJE)

Depois de voltar pra cada frustrada por não conseguir fazer uma foto e nenhum vídeo, conclui que nem sempre é possível fazermos aquilo que deve ser feito (ou que acreditamos que deveria ser feito, ou aquilo que temos condição de fazer).

Não consegui utilizar a única arma que tenho: minha câmera.
O que senti foi impotência diante da desumanização total.


Pra continuar lendo este texto entre AQUI

Mais relatos sobre o massacre do Pinheirinho

O Pinheirinho foi desocupado e cerca de sete mil pessoas não tem para onde ir. Boa parte dessas famílias se dirigiram para a Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro que fica nas cercanias do acampamento. A prefeitura disponibilizou uma tenda na qual realiza o cadastramento dessas famílias e deixam-nas pernoitar, enqua...nto aguardam uma solução definitiva (se houver). Muitos moradores temem o local erguido pelo poder público. Estive no local nessa segunda. A ação de desocupação ocorreu as seis da manhã de domingo, após uma decisão autoritária da Justiça Estadual que não esperou os trâmites legais das liminares e seguiu com a desapropriação (ilegal) da área. Os moradores foram acordados com o helicópteros, tropa de choque, gás de pimenta e balas de borracha. A ação era totalmente inesperada, pois a Justiça Federal concedeu uma liminar na sexta a noite ordenando qualquer ação de despejo ser adiada por 15 dias. Segundo relatos que ouvi, a polícia entrou de casa em casa retirando famílias que tomavam o café da manhã ou ainda dormiam. De acordo com uma moradora, dois policiais entraram em sua casa, jogaram-a para fora enquanto atiravam os pratos de comida de seus filhos na parede, sob os gritos: "Agora aqui é não é lugar de comer mais" ou "Estamos cumprindo ordens" (resta saber de quem, já que a última decisão da Justiça era favorável aos moradores). Assustada, a ocupante me contou que morou durante quatro anos na Rocinha, favela do Rio de Janeiro, a maior da América Latina, "mas que nunca havia visto coisa parecida". A polícia do Rio de Janeiro ficou famosa pela sua truculência e desrespeito aos direitos humanos nas últimas investidas na "guerrra ao tráfico". Em muitas ocaisões a ação da policia de São Paulo foi justificada como um "guerra à cracolândia". Em três anos de visitas intensas ao local nunca presenciei a produção, uso ou venda da droga. As notícias que chegavam davam conta de três a cinco mortes não confirmadas (a confusão é grande, muitos ainda não encontraram seus parentes e a prefeitura nao fez o cadastro de todos, por descaso ou por conta de seu desrespeito as essas pessoas). Um morador me contou que depois de retirado de sua casa, viu sua mulher tomar uma bala de borracha na cabeça enquanto segurava seu filho no colo. Após isso, seus vizinhos relataram a morte de uma criança de cerca de três anos, provavelmente moradora do setor G do acampamento. A criança tomou um tiro, os pais e parentes revoltados atacaram o carro da polícia que foi incendiado. Segundo os policiais, eles haviam sido agredidos, segundo os mesmo, a reintegração foi pacífica. No centro de triagem da prefeitura, uma das moradoras que se arriscou a ser cadastrada foi recebida com tiros de bala de borracha no corpo e no dedo do pé. Muitos moradores se recusam a receber o atendimento da prefeitura por medo. Segundo relatos, depois de cadastradas as famílias são separadas: maridos das esposas e os pais dos filhos. A tenda que deveria comportar todos os moradores é, visivelmente, insuficiente. Se não fosse a recusa de grande parte da população em ir a esses centros, eles estariam superlotados e situações degradantes. Não permitiram a minha entrada nesses locais. Os moradores também estão sendo impedidos de voltar as suas casas para recolher os seus pertences. Muitos deles estão com medo de saques ou da destruição de seus bens. Um morador gastou os 350 reais de seu sálario como pedreiro em mantimentos para sua família (seis pessoas, ao todo). Com a desocupação no domingo toda a comida está "confiscada" pela polícia. Todo o consumo de sua família está reduzido a cinquenta reais que conseguiu economizar. Segundo se diz, algumas casas já estão no chão. Muitos estão sem documentos e veem sendo abordados constantemente pela PM em blitzs montadas no entorno do local, sendo levados em seguida para a delegacia. Não se tem a contagem total de presos. A maioria das pessoas não conseguem nem sair para trabalhar e sem dinheiro vivem de doações que chegam a Igreja. Na noite passada a PM jogou bomba de gás por cima da Igreja para obrigar os acampados a saírem, assim que estão na rua são abordados pelos oficiais e muitos deles acabam presos. Essa tática de confusão e reversão do papel de agressor/agredido também foi usada no momento da desocupação e provou-se de grande valia para os PMs que insistem em dizer que estão sendo provocados. Uma mulher, vizinha da Igreja, foi espancada por tentar conter o abuso das autoridades. São José dos Campos conta com um déficit habitacional de 27 mil famílias. A região onde o Pinheirinho se encontra foi contemplada com construção de 524 casas até 2011 com a política habitacional da prefeitura. Segundo o PNUD, orgao da Nações Unidas para o Desenvolvimento, em 2000, São José contava com uma população de seis mil pessoas vivendo em condições subnormais de habitação. Em 2011, num domingo, em apenas um dia, em apenas uma área da cidade, cerca de sete mil pessoas perderam suas casas e a esperança.


Relato de Inácio Dias de Andrade, pesquisador da Ocupação Urbana de Pinheirinho.

Vídeo que o MTST fez sobre o massacre no Pinheirinho

Pinheirinho, Brasil: onde foi que enterraram nossos escrúpulos?




A grande imagem do domingo – e do ano - é a das mães com criança no colo, o fogo na Ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos, ao fundo. Que tipo de sociedade patrocina cenas como essa? E que tipo de ser humano acorda para trabalhar, numa segunda-feira, e consegue apoiar essa e outras demonstrações de barbárie?

Continue lendo o texto de Alceu Castilho AQUI.

(charge de Latuff e foto de Roosevelt)

domingo, 22 de janeiro de 2012

Massacre no Pinheirinho

Um dia inteiro de massacre no Pinheirinho, e a Rede Globo faz apenas uma reportagem de um minuto e meio no Fantástico desse domingo dando ênfase apenas no tráfico de drogas e no carro queimado da TV Vanguarda (afiliada da TV Globo).
A população precisa saber o que está acontecendo em São José dos Campos. Divulgue as informações disponíveis. Pouco se sabe sobre o que ocorre dentro do Pinheirinho já que não se consegue entrar no local para ter informações.

http://www.youtube.com/watch?v=DDKp4wJPMxI&feature=plcp&context=C3ad9693UDOEgsToPDskIrQnl-Di1qD-pk_Oq19FXz


Pinheirinho RESISTE

Massacre no Pinheirinho

Na manhã de hoje a Polícia Militar e a Tropa de Choque invadiram a comunidade Pinheirinho, localizada próximo ao bairro do Campo dos Alemães, em São José dos Campos, com a itenção de realizar a reintegração de posse da área ocupada há 8 anos, onde vivem cerca de 10 mil pessoas. A reintegração iria acontecer na terça-feira da semana passada, mas foi suspensa por uma ação da Justiça Federal.
Na quarta-feira, numa reunião no Fórum entre o senador Eduardo Suplicy, o advogado da empresa Selecta (dona das terras) e deputados estadual e federal, a reintegração foi suspensa por 15 dias.
Descuprindo a ordem judicial, a polícia chegou hoje, por volta das 6h para cumprir a reintegração. Os moradores se recusaram a sair de suas casas e a polícia atacou com balas de borracha e gás lacrimogêno.

O juiz de plantão Samuel de Castro da Justiça Federal, a mando do Tribunal Regional Federal assinou uma ordem pedindo a suspensão da ação policial, que foi descumprida pela polícia.

Logo pela manhã o sinal de celular dentro do bairro foi cortado, assim como a internet e telefones locais, e as pessoas impedidas de sair de suas casa. Os moradores que ficaram fora do bairro migraram para o Sindicato dos Metalurgicos, que também foi sitiado pelos policiais, impedindo a chegada das pessoas.

Na medida em que a polícia foi avançando, os moradores se defendiam atirando pedras. A polícia endureceu a ofensiva, dessa vez atirando com armas letais. Os moradores do bairro ao lado, Campo dos Alemães, reagiram em solidariedade aos moradores do Pinheirinho e a polícia entrou no bairro, também agredindo os moradores. Os principais lideres estão detidos e já se tem noticia de 7 mortos, dentre eles uma grávida e uma criança de 3 anos.

No final da tarde manifestantes ocuparam faixas da av. Paulista, em São Paulo, protestando contra a ação da polícia e pedindo o fim da reintegração.




Fotos do bairro do Pinheirinho e seus moradores: http://twitpic.com/photos/CarlosLatuff



Charges: Carlos Latuff




sábado, 21 de janeiro de 2012

Uma charge e um quadrinho

Uma charge do Koostela



e um quadrinho da Didi



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O Abuso e o Silêncio

Por Bárbaro Castro*
Na manhã do último domingo, 16, o Twitter amanheceu gritando #DanielExpulso. Assinantes do PayPerView do programa Big Brother Brasil assistiram, atônitos, a um dos participantes do programa realizar movimentos repetitivos debaixo do edredom usando o corpo de uma menina que dormia para satisfazer seus instintos sexuais. Sob o efeito do álcool da festa que acabara de terminar, Monique só se lembra de ter dado um beijo no rapaz. “Depois - disse quando interrogada pela produção - só me lembro de ter pedido pra ele parar, de dormir e de acordar com ele na outra cama”.
Daniel já havia bolinado outra participante, a Mayara, algumas noites antes. Obrigados a dividir a mesma cama porque o BBB tem um número menor de camas do que de participantes, Daniel se esfregou na “sister”, que o repeliu e o repreendeu. A produção não chamou sua atenção.
O que se seguiu à denúncia dos expectadores foi um circo de horrores. O diretor da atração, Boninho, iniciou uma operação abafa e retirou todos os vídeos da cena do suposto abuso do ar. No mesmo dia, chamou Monique ao confessionário e ela, confusa, questionou Daniel. “Não me lembro de ter feito nada”. Na mesma noite, durante a transmissão em TV aberta, a Globo tratou o caso como mais um dos romances fugazes que ocorrem na casa. E Pedro Bial, apresentador da atração, fez chacota “O amor é lindo”.
A Polícia Civil, o Ministério Público e a Secretaria das Mulheres entraram no caso, pedindo esclarecimentos à Globo. Patrocinadores pressionaram a rede de TV, preocupados em ter suas marcas vinculadas a um programa que reage mal a um gravíssimo caso de violência contra a mulher. A emissora voltou atrás e expulsou Daniel da casa. Não deu satisfações aos participantes (que mereceriam saber no que estão metidos e aos riscos aos quais foram submetidos) nem aos expectadores. Em poucos segundos, Bial anunciou que ele havia sido expulso por infringir os regulamentos do programa. Nenhuma palavra sobre o real e criminoso motivo. Nenhum esclarecimento ao grande público de que o comportamento condenável foi o fato de ele ter se aproveitado sexualmente de uma mulher inconsciente. Nos trataram como idiotas. Nos ensinaram que perante casos de violência contra a mulher, devemos nos calar, nos omitir e nos resignar. Não foi a primeira vez.

Violência contra a mulher só é notícia quando o resultado é morte, esquartejamento ou seqüestro. O comportamento da Globo perante as cenas que assistimos – ou que uma parcela da população assistiu, pouco importa – é condenável. Foram coniventes e falsificaram a verdade. Transformaram a violência em caso de amor, como fazem na novela das 21h, com os personagens Celeste e Baltazar. Transformaram a violência em piada, como fazem todos os sábados no quadro do Metrô, do programa Zorra Total. A culpa pelas cenas que assistimos e vivemos diariamente também é deles. A reprodução de valores machistas tem que acabar. O custo de tratar abuso com naturalidade é continuar a viver em uma sociedade em que é normal um garoto “se dar bem” usando um “Boa Noite Cinderela”. É continuar a viver em um mundo em que os homens não vêem limite entre meu corpo e o deles. É continuar a sofrer abusos diários em trens, metrôs e ônibus lotados. É sacramentar o ideário machista de que a culpa é da vítima.

Nas redes sociais, após o anúncio de Bial, alguns comemoraram que a “justiça” havia sido feita – como se a condenação criminal se esgotasse na expulsão de um reality show. Outros argumentavam que a menina havia gostado e tinha pedido, seja porque bebeu demais e isso não é comportamento de moça de família, seja porque usou roupas sensuais e isso é coisa de puta. Pouco espaço foi dado ao caso na mídia a não ser nas seções de celebridades e nos hotsites do BBB12. Destaco, em especial, os portais que enchem a boca para falar que são de esquerda, mas que se calaram, assim como a Globo, sobre o caso de violência sexual.

Como mulher me dói sobremaneira o tratamento de segunda classe que está sendo dado a este caso. Por elitismo intelectual, muitos argumentam que o que acontece no reality show não deve ser levado em conta, discutido, debatido. Só quem já viveu um abuso sabe a dor que é sentir essa violação. E isso não pode e não deve nunca ser diminuído. Não importa quem tenha sofrido a violência e em quais condições.

* Bárbara Castro é Doutoranda em Ciências Sociais. bacastro@gmail.com

Estupro em rede nacional: Pode Arnaldo?

Nunca imaginei que nos prestaríamos a colocar algo sobre o Big Bródi aqui nesse blógui. Mas o que aconteceu nessa semana não é sobre o realitichou... é sobre violência! Segue o texto do blógui Biscate Social Club:

"Estupro não é sexo

Infelizmente ser biscate não é só assumir o controle dos seus desejos e corpo, porque o mundo, machista como é, insiste em não apenas ignorar nossa atitude como insiste também em tentar controlar nossos corpos, desejo e prazer. E o faz através da maneira mais cruel e perversa, e que atinge tanto biscates quanto mulheres incríveis, da violência. E como o assunto do momento é o estupro de uma “biscate”, é sobre isso que precisamos falar.
Estupro não é sexo. Estupro não é uma vontade incontrolável de dar prazer à outra pessoa mesmo que ela não saiba que quer muito isso. Estupro não é um favor, não é um acidente, não é uma empolgação. Estupro é uma violência que decorre de uma relação de poder. No estupro, aproveita-se da vulnerabilidade do outro.
Precisa de exemplo? Apontar a arma pra uma pessoa na rua a deixa vulnerável. Bater numa pessoa a deixa vulnerável. Ameaçar o emprego, a família, os amigos a deixa vulnerável. Estar bêbada, dormindo, drogada, é estar vulnerável. Aproveitar-se de relações de trabalho ou familiares pra forçar sexo é aproveitar-se de vulnerabilidade. Não importa se é um marido, namorado, colega, amigo, vizinho, desconhecido, não importa o grau de intimidade e confiança… Tocar, se esfregar, penetrar, inserir objetos no corpo da outra pessoa sem que ela deseje isso e consinta explicitamente sem coação de nenhuma ordem, É VIOLÊNCIA.
Entenda: estupro não tem atenuante. Mulher pode gostar de sexo, de beber, usar roupas provocantes e se divertir e isso não dá a ninguém o direito de estuprá-la. Vamos desenhar, atenção: Não é porque ela estava bêbada que pode estuprar. Não é porque ela estava na rua sozinha depois das 22hs que pode estuprar. Não é porque ela estava com um grande decote, saia curta ou maquiada que pode estuprar. Não é porque ela é prostituta que pode estuprar. Não é porque ela dá pra todo mundo que tem que dar prá você também. Não é porque ela é gostosa que pode estuprar. Não é porque ela dança de forma provocante que pode estuprar. Não é porque ela é “feia” e nunca ia arrumar namorado que pode estuprar. Não é porque ela concordou em conhecer sua coleção de figurinhas de jogadores das seleções asiáticas de futebol que pode estuprar. Não é porque ela se deitou com você e ficou trocando carícias embaixo do edredom que pode estuprar. Não pode usar força, não pode insistir com ameaças, não pode se aproveitar que a pessoa dormiu, não pode chantagear. NÃO PODE ESTUPRAR!
Quando alguém diz não, significa exatamente isso: NÃO. Não importa o que ela “quer dizer”, importa o que ela efetivamente disse. E se a pessoa está desacordada, bêbada, drogada ou sonolenta e não tem condições de dizer sim ou não, saiba: é sempre não. Se a pessoa não pode decidir, guarde a viola no saco (guarde o pinto dentro da cueca) e espere outro momento.
Para os que se perguntam se a responsabilidade não é dos dois, um esclarecimento: a culpa de ser estuprada não é da vítima. Não, ela não provocou. Ela tem o direito de vestir o que quiser, de beber o quanto quiser, de dançar, sorrir, beijar e decidir não fazer sexo. O corpo dela não é brinquedo. Ela é uma pessoa, com liberdade e direitos. Essa é a parte que o moralismo parece esquecer. As mulheres são sujeitos e têm direitos. As mulheres não estão no mundo para provocar ou satisfazer os homens. Estão por aqui pra ser felizes, tal como eles. Antes de apontar o dedo e afirmar que ela mereceu a violência sofrida, é bom pensar que os agressores não são previsíveis. Estupra-se criança, idosas, estupra-se mulheres cobertas da cabeça aos pés, estupra-se homens, meninos, estupra-se freiras e prostitutas. Estupra-se mulheres que bebem e estupra-se as abstêmias. Porque sempre a culpa é da mulher? Porque é tão mais fácil dizer que ela deu sopa, que “pediu por isso”, que “fez por onde”? Não é o “dar sopa”, ser biscate, estar bêbada ou “a mão” que a torna alvo do estupro. Homens estupram porque acham que podem, que têm esse direito, que o mundo lhes serve. É relação de poder, pura e simples.
Então, você mulher “direita” que está aí se dando o direito de julgar e apontar o dedo para a “biscate” e dizer que “ela pediu”, “mereceu” ou no mínimo que “aguente as consequências dos SEUS atos” (como se ela tivesse escolhido ser estuprada), saiba que você não está a salvo de um estupro e toda a sua “direitice” e moralismo não irão te salvar na hora em que algum homem te olhar e achar que pode se satisfazer no teu corpo mesmo contra a tua vontade. Porque a violência contra a mulher é ampla e democrática, não julga comportamento, idade, cor, profissão, classe social, origem.
Não são as mulheres que precisam aprender a evitar e se prevenir contra estupros, são os homens que precisam aprender que não podem estuprar."

Veja mais aqui.

Outros textos e análises interessantes você vê aqui no Blogueiras Feministas.

 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Eita Porra: Miséria ganha prêmio de melhor Fanzine no 28° Prêmio Angelo Agostini



"A Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP) e o Instituto Cervantes de São Paulo, com o apoio da Comix Book Shop, da Inarco Internacional e do Coletivo Quarto Mundo, promovem a entrega do 28º Premio Ângelo Agostini, aos melhores do quadrinho nacional do ano de 2011.

Ângelo Agostini foi quem criou a primeira história em quadrinhos, em seqüência e com um personagem fixo, no Brasil, que começou a ser publicada em 30 de janeiro de 1869. O nome dessa HQ era "As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte", que duraria nove capítulos pelo traço de Agostini.
Existem interpretações e registros anteriores ao dia 30 de janeiro de 1869 (até HQ's do próprio Agostini, veiculadas no pasquim "Diabo Coxo", em 1865), mas o personagem Nhô Quim é muito significativo para a arte desenhada no Brasil, assim como Ângelo Agostini. Além de seu papel destacado como republicano, anti-clerical e abolicionista, Agostini delimitou fronteiras, criou estilo, influenciou e tornou a caricatura, a sátira política e os quadrinhos parte de nossa nascente imprensa. Agostini, foi, inclusive, um dos fundadores da mais importante revista infantil brasileira, a popular "O Tico Tico".
O evento foi criado em 1984, como O DIA DO QUADRINHO NACIONAL, para marcar a publicação do primeiro capítulo de “Nhô Quim” e homenagear os melhores artistas do ano anterior e destacar os mestres do quadrinho nacional.
Através da votação (que recolheu 480 votos de todo o Brasil) realizada entre profissionais da área, amadores, estudiosos e aficionados pelos quadrinhos nacionais, foram eleitos:



PREMIADOS
Melhor Desenhista – Maurílio DNA
Melhor Roteirista – Daniel Esteves
Melhor Cartunista – Gustavo Duarte
Melhor Lançamento – Ação Magazine (Lancaster Editorial)
Melhor Lançamento Independente – Love Hurts (Murilo Martins)
Melhor Fanzine – Miséria (Coletivo Miséria)
Troféu Jayme Cortez – Afonso Andrade, em nome do FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos de BH)
Mestres do Quadrinho Nacional: Bira Dantas, Fernando Gonsales, Lourenço Mutarelli e Moacir Torres



PROGRAMAÇÃO
O evento também é um momento de encontro entre grandes artistas, jovens talentos e fãs da arte desenhada e tem a programação a seguir:
14h00 (Saguão) Abertura do espaço da Comix Book Shop e do Coletivo Quarto Mundo
14h00 Lançamento das revistas Calafrio 53 e 54 com autógrafos de Rodolfo Zalla
14h00 Lançamento do documentário “Ao Mestre com Carinho” de Márcio Baraldi
14h30 (Auditorio) Debate: “A Nova Lei Brasileira dos Quadrinhos na Opinião dos Profissionais” com os artistas Jal, Márcio Baraldi e Spacca e o editor Guilherme Kroll (Balão Editorial), mediação do jornalista e editor do blog Papo de Quadrinho, Jota Silvestre
16h00 Entrega dos Prêmios Ângelo Agostini aos melhores do quadrinho nacional do ano de 2011



PARALELAS
Criação de uma HQ coletiva (os presentes serão convidados a desenhar uma seqüência de uma HQ, com tema escolhido no início dos trabalhos).
Exposição de tela a óleo do artista WilliamMR tendo como inspiração Ângelo Agostini
Presença dos autores da revista “Picles” (pode ser adquirida na Banca da Comix)



DIA E LOCAL DA FESTA
A festa será realizada no dia 04 de fevereiro de 2012, sábado, a partir da 14,30h, no Espaço Cultural Instituto Cervantes, Avenida Paulista, 2439 (próximo ao Metrô Paulista). Maiores informações pelo telefone: (11) 3987-9609.

A entrada é franca e todos estão convidados!



Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP)"

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A FUGA (Angye Gaona)







Para saber mais sobre Angye Gaona clique AQUI.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O cachorro é o melhor amigo do homem


Ser Campeão é Detalhe: Democracia Corinthiana

Assista AQUI ao curta-documentário "Ser Campeão é Detalhe: Democracia Corinthiana", dirigido pelos camaradas Gustavo Forti Leitão e Caetano Biasi.

"Ser Campeão é Detalhe: Democracia Corinthiana

Em meio a uma estrutura falida e conservadora, um clube brasileiro consegue alterar as regras do jogo. Não objetiva títulos, mas condições dignas de trabalho baseadas no diálogo e no respeito.

Através de decisões coletivas, o grupo reparte igualmente responsabilidades e cumplicidade. Alcança visibilidade e a capacidade de provocar a reflexão em uma sociedade que ainda luta contra a opressão da ditadura militar. O futebol, taxado de alienante, é agora mobilizador social e ergue a bandeira da democracia. Uma Democracia Corinthiana!"





terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Existe sim relação entre os realizadores do vídeo Tempestade em Copo D´água e a Construtora Andrade Gutierrez

O Coletivo Miséria assinou como apoio o filme-denúncia Belo Monte, a universidade e a empresa. Eu assinei nominalmente: João da Silva, como realizador.
Depois de algumas horas e alguns comentários que geraram protestos – e ameaças de processos jurídicos contra nós - fizemos um esclarecimento:

Nós, do Coletivo Miséria e outros realizadores gostaríamos de esclarecer o que já está claro no vídeo, mas nos foi questionado:
Não fazemos nenhuma acusação de relação direta entre o grupo "Tempestade em copo d'água?" e seu vídeo, com a AG. Nossa crítica é em relação às parcerias e patrocínios de grandes corporações dentro da Universidade, constituindo um "cerco ideológico" (nas palavras de um dos participantes do vídeo, que é estudante de uma das Engenharias). Mostramos como existe esta relação privada, o que obviamente influencia na formação dos estudantes (como mostrado, através de eventos, entre outras coisas). Há quem ache normal que uma empreiteira de Belo Monte forme alunos sobre o desenvolvimento do país e patrocine eventos de uma universidade pública... é uma opinião. Nós não concordamos. A partir disso, nos colocamos contra este modelo de universidade. Defendemos um ensino superior realmente público e que atenda aos interesses populares. 

Não fui eu quem escreveu esse esclarecimento. Temos autonomia pra escrever individualmente em nome do coletivo e isso funcionou até agora. Vez ou outra há discordância e resolvemos entre nós como camaradas. O problema nem é o esclarecimento em si. Ele até que faz sentido para acalmar os espíritos que amam a lei, o Estado, e as intervenções que a justiça pode fazer na vida do outro. O problema é ter que dar satisfação pra certas ameaças de covardes que, em nome de uma nação abstrata e de um faturamento que vai pro bolso de meia dúzia de burocratas e donos de construtoras, não pensa nas conseqüências do projeto na vida de quem mora no local. No caso, chamo de covardes os professores e estudantes da Unicamp que realizaram o vídeo Tempestade em Copo D´água.

É sabido – por estudos de pesquisadores independentes[1] – que é possível aumentar e dar auto-suficiência energética para o país apenas melhorando a captação de energia das hidrelétricas que já existem(falaremos mais disso em outro texto a ser publicado nesse blog).
A construção de novas hidrelétricas atende a interesses políticos e econômicos do Estado/Megacorporações. Destaco 3 deles: venda de cimento e outros materiais que favorecem as grandes empresas de construção civil; financiamento de campanha de políticos; futura propriedade privada da água represada.
É isso que está em jogo em Belo Monte. É o lucro contra a vida. A ganância dessas construtoras e dos políticos contra a população que mora no local, os trabalhadores das obras e todo povo que não opina sobre o assunto.

O grande capital privado representa algo bem maior que seu corpo de gestores e funcionários. Ele representa uma ideologia que entra na mente de muitos tecnocratas (ou aspirantes a tecnocratas) covardes.
Partindo dessa afirmação acima, pergunto: há ou não há ligação entre realizadores do vídeo Tempestade em Copo D´água e as grandes construtoras de Belo Monte?

O título do texto já respondeu.

Não consigo afirmar que o executivo da Andrade Gutierrez(AG) chegou pro rapaz de cavanhaque que aparece no vídeo e ofereceu uma mala de dinheiro pra ele. Ou que os professores envolvidos jantam, cursaram faculdade juntos e freqüentam o mesmo clube dos engenheiros da construtora. Mas posso afirmar que há ligação entre a AG e os realizadores do vídeo Tempestade em Copo D´água: todos atuam em nome do lucro pra meia dúzia e contra a população do local onde será construída Belo Monte.


[1] Independentes das grandes corporações, deixemos claro.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Moção de apoio à luta da Flaskô contra o leilão de 16/01 da Justiça do Trabalho

Prezado(a)s Amigo(a)s,

Uma vez mais nos dirigimos aos apoiadores da luta da Flaskô, trabalhadores, sindicatos, movimentos sociais, partidos, associações, militantes, estudantes, intelectuais, buscando a solidariedade da classe trabalhadora com objetivo de manter a resistência da fábrica ocupada Flaskô.
No próximo dia 16 de janeiro haverá um leilão de uma máquina fundamental da Flaskô, por conta de uma dívida com o INSS. Trata-se do processo nº 116/2008, que é mais um dos vários processos que estamos em discussão com a Procuradoria da Fazenda Nacional, buscando soluções em conjunto, como a unificação das execuções fiscais com o pagamento de uma porcentagem do faturamento.
Na Vara do Trabalho de Sumaré, depois de muitos atos contra os próprios leilões, fizemos um acordo em 2006, onde se unificou as execuções trabalhistas e pagamos 1% do faturamento mensal. Com isso, a gestão dos trabalhadores da Flaskô já pagou quase trezentos mil reais à Justiça do Trabalho, que a Juíza reparte entre os ex-trabalhadores. O acordo vem funcionando muito bem, e foi uma forma de pagar os direitos sonegados pelos patrões, e, ao mesmo tempo, suspender os leilões que já vinham ocorrendo, ameaçando o fechamento da fábrica e a conseqüente demissão em massa. Ou seja, desde 2006 não havia mais leilões de máquinas na Justiça do Trabalho.
No entanto, por conta da Emenda Constitucional nº 45/2004, que deu nova redação ao artigo 114 da Constituição Federal, as contribuições sociais são executadas na Justiça do Trabalho. Ou seja, as dívidas de INSS passaram a serem executadas pela Justiça do Trabalho, o que significa que novos processos (e leilões) virão. Com isso, ganha ainda mais importância as negociações que já vínhamos fazendo com o INSS e a Procuradoria da Fazenda Nacional para suspender os leilões com a unificação das execuções fiscais e o pagamento de uma porcentagem do faturamento mensal, que estava na Justiça Estadual, e agora passa para a Justiça do Trabalho, onde já temos um acordo que é exemplo, pois mostra como uma fábrica ocupada consegue viabilizar o pagamento dos direitos dos ex-trabalhadores, que haviam sido sonegados pelos patrões.
Nesse sentido, lutamos na Justiça do Trabalho para que a Juíza compreenda a necessidade de unificar estes processos do INSS junto com os demais processos dos ex-trabalhadores, fazendo com o que o INSS também receba o que é devido, assim como os ex-trabalhadores, e a Fábrica Ocupada Flaskô não enfrente a instabilidade e a ameaça de fechamento por conta dos leilões de máquinas, tudo conforme permite o artigo 28 da Lei de Execução Fiscal.
Portanto, gostaríamos que vocês escrevessem à Juíza, Dra. Cláudia Marchetti, ao INSS, ao Ministério da Previdência Social, à Procuradoria da Fazenda Nacional e à Secretaria da Presidência da República, solicitando que atendam ao pleito dos trabalhadores da Fábrica Ocupada Flaskô, unificando as execuções do INSS no próprio processo que já unificou as execuções trabalhistas.
A Juíza tem o poder de decisão, inclusive para suspender os leilões. Mas quem executa a dívida e poderia ajudar para suspender os leilões, unificando as execuções é o governo federal – Procuradoria da Fazenda Nacional, INSS, Ministério da Previdência Social e Secretaria da Presidência.
Pedimos para que os envios sejam até o dia 15/01.
Faremos um ato público no dia 16/01, às 9h30, em frente ao fórum trabalhista de Sumaré, e seria ótimo contar com a presença de tod@s!
Abaixo segue um modelo de carta a ser enviada, assim como os endereços para o envio.
Favor enviar à:

Juíza Titular da Vara do Trabalho de Sumaré/SP: Dra. CLAUDIA CUNHA MARCHETTI
Procuradoria do INSS, Dr. Alessandro Stefanutto
Presidência do INSS, Mauro Hauschild
Procuradoria da Fazenda Nacional, subseção de Campinas, Dra. Giuliana Lenza
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, Dra. Adriana Queiróz
Secretaria da Presidência da República
Ministério da Previdência Social

Com cópia para:

Saudações de luta,
Conselho de Fábrica da Flaskô
 Moção de apoio à luta da Flaskô contra o leilão de 16/01 da Justiça do Trabalho
Prezado(a)s Senhore(a)s,
Vimos por meio desta moção, nos solidarizarmos com os trabalhadores da Fábrica Ocupada Flaskô, que mais uma vez enfrentam uma ameaça de fechamento da fábrica por meio de um leilão de máquina.
Tomamos conhecimento do leilão de uma máquina do processo 116/2008, que ocorrerá no dia 16/01 na Justiça do Trabalho de Sumaré.
Sabemos que a gestão patronal sucateou o patrimônio e que qualquer arremate de bem da Flaskô poderá levar ao fim das atividades industriais com o conseqüente desemprego de 70 trabalhadores que lutam, diariamente, por suas dignidades, realizando uma experiência histórica e exemplar para a classe trabalhadora.
Nesse sentido, pedimos às Vossas Excelências para que atendam o pleito da gestão operária da Flaskô, unificando os processos do INSS que estão na Justiça do Trabalho de Sumaré/SP, suspendendo os leilões, nos termos que já foi feito com os processos dos ex-trabalhadores, em 2006, de forma exemplar pelo Juízo Trabalhista de Sumaré, que resultou com que a fábrica permanecesse aberta, produzindo, e assim, pagando o que era devido pelos patrões, decisão esta no acordo do processo 345/98, com o fundamento no artigo 28 da Lei de Execução Fiscal.
Temos certeza de que a Justiça do Trabalho, assim como o governo federal, que executa a dívida do INSS, por meio da Procuradoria da Fazenda Nacional, agirão fundamentado nos mais nobres valores do Estado Democrático de Direito e da ordem constitucional, objetivando o alcance da Justiça Social.
Todo apoio à luta da Fábrica Ocupada Flaskô!
Atenciosamente,
(Data/Local – Entidade/Nome)