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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
domingo, 19 de fevereiro de 2012
seqüência
tinha um pesadelo onde todos os dias eram iguais.
eu não sabia quando começava, nem onde terminava
nele as casas eram iguais, todas quadradas, beges, paredes encardidas e uma janela bem pequena no alto da parede da frente, o vidro também encardido
não haviam portões, nem quintais, nem pessoas
ruas intermináveis
uma sequência infinita de postes de concreto
as ruas eram bem estreitas, as casas enormes, pareciam esconder o céu
o céu, esse era sempre cinza
no trabalho, milhões de computadores
milhões de pessoas idênticas operando computadores
no pesadelo eu era parte disso
no sonho eu era tudo aquilo e não existia
eu não sentia nada
o sonho nunca terminou
(poema da Juliana publicado na Casuística)
eu não sabia quando começava, nem onde terminava
nele as casas eram iguais, todas quadradas, beges, paredes encardidas e uma janela bem pequena no alto da parede da frente, o vidro também encardido
não haviam portões, nem quintais, nem pessoas
ruas intermináveis
uma sequência infinita de postes de concreto
as ruas eram bem estreitas, as casas enormes, pareciam esconder o céu
o céu, esse era sempre cinza
no trabalho, milhões de computadores
milhões de pessoas idênticas operando computadores
no pesadelo eu era parte disso
no sonho eu era tudo aquilo e não existia
eu não sentia nada
o sonho nunca terminou
(poema da Juliana publicado na Casuística)
sábado, 18 de fevereiro de 2012
quero café da manhã...
quero café da manhã
na beira da minha cama
quero toalhas floridas
quero torradas e manteiga
fresca
o leite não derramado
não quero o sangue coalhado
não quero a santa miséria
e todos os seus sub-produtos
desfilando encrespada
no diário matinal
quero que o morro seja verde só
de matos e árvores altas
que seja um bom paradeiro
para nuvens escuras
quero ser menos gentil
não quero ser cordial
com quem me alimenta de fel e veneno
as armas estão carregadas
armadas na mão de meninos
agora nutridos pelos santos bandidos do morro
um vintêm só minha tia
dois real meu patrão
a carteira
a bolsa
desce do carro playboy
que é isso leva aí
duas pedrinha só
olha os homi subindo
esse mês tirei uma TV de 42
o suor de meu pai
escorrendo de graça
pelas latrinas
a alienação de minha mãe
pós-doutora em telenovelas
o deputado impune
a puta na esquina
a cachaça de graça
a especulação financeira
a respeito deste poema
o microondas queimando mais um rato numa viela qualquer
as igrejas lotadas de fiéis comovidos com a caridade
os televisores ligados
à frente de milhares de cabeças que
desistiram de tentar pensar
são subprodutos da miséria
que cresce, que se reproduz
na exata proporção de olhos que
fecham-se para não vê-la
e de neurônios que torram
movidos pelo dispositivo automático
autoregulador, autoendossador
automasturbador, autometiculador
autoremovedor, autodesenvolvedor, automobilizador
autopandecísta, autodeletador, autoconvencedor, autodesligador escondido bem no fundo do nosso cú ou de algum lugar a que não nos atrevemos mexer dado monte de bostas que temos tido dificuldades em deixar de ser.
(poema do Jeison Heiler; o blog dele é http://verborragio.blogspot.com/)
na beira da minha cama
quero toalhas floridas
quero torradas e manteiga
fresca
o leite não derramado
não quero o sangue coalhado
não quero a santa miséria
e todos os seus sub-produtos
desfilando encrespada
no diário matinal
quero que o morro seja verde só
de matos e árvores altas
que seja um bom paradeiro
para nuvens escuras
quero ser menos gentil
não quero ser cordial
com quem me alimenta de fel e veneno
as armas estão carregadas
armadas na mão de meninos
agora nutridos pelos santos bandidos do morro
um vintêm só minha tia
dois real meu patrão
a carteira
a bolsa
desce do carro playboy
que é isso leva aí
duas pedrinha só
olha os homi subindo
esse mês tirei uma TV de 42
o suor de meu pai
escorrendo de graça
pelas latrinas
a alienação de minha mãe
pós-doutora em telenovelas
o deputado impune
a puta na esquina
a cachaça de graça
a especulação financeira
a respeito deste poema
o microondas queimando mais um rato numa viela qualquer
as igrejas lotadas de fiéis comovidos com a caridade
os televisores ligados
à frente de milhares de cabeças que
desistiram de tentar pensar
são subprodutos da miséria
que cresce, que se reproduz
na exata proporção de olhos que
fecham-se para não vê-la
e de neurônios que torram
movidos pelo dispositivo automático
autoregulador, autoendossador
automasturbador, autometiculador
autoremovedor, autodesenvolvedor, automobilizador
autopandecísta, autodeletador, autoconvencedor, autodesligador escondido bem no fundo do nosso cú ou de algum lugar a que não nos atrevemos mexer dado monte de bostas que temos tido dificuldades em deixar de ser.
(poema do Jeison Heiler; o blog dele é http://verborragio.blogspot.com/)
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
As Sombras da Vida
De Maurício de Souza, possivelmente desenhado pelos funcionários de sua indústria de gibis;
inspirado na Caverna de Platão;
indicado pela amiga Tati.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
O coração da mãe aperta
As pessoas ficaram loucas. O trabalho ganhou um valor por ele mesmo. Não importa pra que serve o trabalho, o que ele produz. Bonito é trabalhar. Não importa o que você está fazendo e produzindo. Bonito é fazer, é produzir, é trabalhar.
Tá fazendo pesquisa de opinião que só vai servir pra quem tá no poder continuar no poder, Com licença, senhora, Pois não, Quer me responder algumas perguntas, só leva 4 minutinhos, Claro. E aí você fica sabendo tudo que ela acha, faz isso com mais duas mil pessoas e planeja sua campanha pra continuar no poder.
To indo trabalhar numa fábrica, Fábrica de que?, Eu produzo o parafusinho da presilha que prende um tranco duma portinhola duma caixa de aço de um aparelhinho que serve para...
Colher sementes?
Fabricar carros?
Torturar animais?
Torturar pessoas?
Não importa.
O David conseguiu um novo trabalho, graças a Deus.
- Mané, hoje o dia foi duro, lavei oito máquinas de roupa, o banheiro, a cozinha, fora a louça...
E Mané fica orgulhoso da esposa.
O dia anterior:
- E aí filho, como foi?
- Nada ainda, mãe...
- Pena...
O coração da mãe aperta. A vontade de chorar é grande.
- Esse mês batemos o recorde de faturamento!! Vamos fazer um churrasco pra comemorar!!!
- O Seu Carlos é gente fina...
- É chefe mas é legal...
O dia seguinte:
- E aí filho, como foi?
- Consegui, mãe...
- É mesmo??!!!
- Mesmo...
- Que bom!!!
Se abraçam. O coração da mãe aliviado. Agora o filho está empregado.
Tá fazendo pesquisa de opinião que só vai servir pra quem tá no poder continuar no poder, Com licença, senhora, Pois não, Quer me responder algumas perguntas, só leva 4 minutinhos, Claro. E aí você fica sabendo tudo que ela acha, faz isso com mais duas mil pessoas e planeja sua campanha pra continuar no poder.
To indo trabalhar numa fábrica, Fábrica de que?, Eu produzo o parafusinho da presilha que prende um tranco duma portinhola duma caixa de aço de um aparelhinho que serve para...
Colher sementes?
Fabricar carros?
Torturar animais?
Torturar pessoas?
Não importa.
O David conseguiu um novo trabalho, graças a Deus.
- Mané, hoje o dia foi duro, lavei oito máquinas de roupa, o banheiro, a cozinha, fora a louça...
E Mané fica orgulhoso da esposa.
O dia anterior:
- E aí filho, como foi?
- Nada ainda, mãe...
- Pena...
O coração da mãe aperta. A vontade de chorar é grande.
- Esse mês batemos o recorde de faturamento!! Vamos fazer um churrasco pra comemorar!!!
- O Seu Carlos é gente fina...
- É chefe mas é legal...
O dia seguinte:
- E aí filho, como foi?
- Consegui, mãe...
- É mesmo??!!!
- Mesmo...
- Que bom!!!
Se abraçam. O coração da mãe aliviado. Agora o filho está empregado.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
TUDO FANTOCHE DO MESMO MONSTRO
As empresas que doaram mais grana pra campanha da Dilma foram as construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. Fazem parte do consórcio pra construção de Belo Monte junto com a Odebrecht e a Leme Engenharia.
Abaixo a lista de doações das construtoras para o PSDB de São José dos Campos. Informações do TSE.
Abaixo as doações para o Deputado Estadual Fernando Capez.
Esse deputado é irmão do desembargador do Tribual de Justiça de São Paulo Rodrigo Capez, o filhadaputa que deu uma carteirada no Oficial de Justiça do Tribunal Regional Federal que queria parar a reintegração de posse no Pinheirinho. Por conta dessa carteirada do irmão do deputado acabaram com a moradia das 9 mil famílias.
PT e PSDB tem maneiras diferentes de lidar com os movimentos populares e trabalhadores organizados. Essa charge é um ponto de partida pra um quadrinho maior que vai tocar nisso.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
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