Novamente a polícia entrou no campus da Unicamp, mas desta vez em nossas casas. Esta situação faz parte do processo de destruição e privatização da universidade pública brasileira. O elo mais fraco da corrente, os setores que dependem das políticas de permanência estudantil, são os primeiros a sentir para onde caminham as políticas que os governos e reitorias tem para a educação e ensino superior.
Em 2009, a Unicamp avançou no projeto de ampliação da Unicamp com o campus de Limeira, a FCA (Faculdade de Ciências Aplicadas). Hoje menos de 13% dos jovens brasileiros tem acesso ao ensino superior, a ampliação da universidade é totalmente necessária, porém isso tem sido feito pelos governos sem compromisso nenhum com a qualidade da educação. Esta política de ampliação vem sendo contraditória com as políticas das estaduais paulistas de permanência estudantil como moradia, bolsas e bandejão.
Ano passado estudantes da Universidade de São Paulo, assim como nós, também fizeram uma luta em defesa da moradia ocupando o prédio equivalente ao nosso SAE (Serviço de Auxilio ao Estudante) e hoje o reitor da USP João Grandino Rodas está punindo estes estudantes com a possibilidade de expulsão.
Ainda em 2010, os trabalhadores das estaduais paulistas fizeram uma greve e hoje 10 funcionários de nossa universidade estão sofrendo processo administrativo, assim como vários estudantes sofreram processo de sindicância por conta da defesa de organização de festas no campus.
Com a greve de 2007, conquistamos a garantia, por parte da reitoria, da reforma da moradia com a ampliação do número de vagas, segundo o previsto pelo projeto inicial do PME. Até hoje pouco foi cumprido: a reforma anda a passos lentos e sem a garantia da manutenção das vagas para os alunos dos blocos em obras.
Desde 2009, nosso administrador Viotto busca formas de minimizar os problemas existentes devido à falta de vagas da moradia. Primeiro foi a tentativa de impedir que as mães com filhos maiores de 7 anos entrassem no processo de requerimento de vagas, depois o alvo foram os estudantes africanos e agora através da investida contra os moradores ditos “não-oficiais”. Sem ao menos iniciar o diálogo com o conselho deliberativo da moradia, nosso querido Viotto entrou com um processo na justiça comum contra um estudante da casa H-9 e obteve um mandato de reintegração de posse para expulsar os moradores de sua casa. O fato gerou uma profunda indignação nos moradores, que se negaram a entregar a casa, sendo coagidos a abandonar o local perante a ameaça de enfrentamento da tropa de choque.
Com a entrega da casa H-9 os moradores deliberaram por ocupar a administração da moradia considerando inadmissível a polícia em nossas casas e no campus da Unicamp. Temos vergonha da administração de Luiz Viotto, que aplica políticas repressivas da reitoria e deve deixar o cargo imediatamente. Defendemos que os próprios moradores devem decidir quem deve morar e como gerir a moradia.
Fora Polícia do Campus!
Fora Viotto! Que os estudantes decidam quem vai administrar a moradia!
Vagas na moradia para 10% dos alunos da Unicamp!
Assembléia da ocupação hoje sexta-feira às 17hs
E-mail: ocupacao.moradia@hotmail.com
Rádio Moras: 100.9 FM
Perfil do Facebook: Ocupação Moradia Unicamp
Que tenso, isso. Muito bom o post, tanto as charges quanto o texto.
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