terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Existe sim relação entre os realizadores do vídeo Tempestade em Copo D´água e a Construtora Andrade Gutierrez

O Coletivo Miséria assinou como apoio o filme-denúncia Belo Monte, a universidade e a empresa. Eu assinei nominalmente: João da Silva, como realizador.
Depois de algumas horas e alguns comentários que geraram protestos – e ameaças de processos jurídicos contra nós - fizemos um esclarecimento:

Nós, do Coletivo Miséria e outros realizadores gostaríamos de esclarecer o que já está claro no vídeo, mas nos foi questionado:
Não fazemos nenhuma acusação de relação direta entre o grupo "Tempestade em copo d'água?" e seu vídeo, com a AG. Nossa crítica é em relação às parcerias e patrocínios de grandes corporações dentro da Universidade, constituindo um "cerco ideológico" (nas palavras de um dos participantes do vídeo, que é estudante de uma das Engenharias). Mostramos como existe esta relação privada, o que obviamente influencia na formação dos estudantes (como mostrado, através de eventos, entre outras coisas). Há quem ache normal que uma empreiteira de Belo Monte forme alunos sobre o desenvolvimento do país e patrocine eventos de uma universidade pública... é uma opinião. Nós não concordamos. A partir disso, nos colocamos contra este modelo de universidade. Defendemos um ensino superior realmente público e que atenda aos interesses populares. 

Não fui eu quem escreveu esse esclarecimento. Temos autonomia pra escrever individualmente em nome do coletivo e isso funcionou até agora. Vez ou outra há discordância e resolvemos entre nós como camaradas. O problema nem é o esclarecimento em si. Ele até que faz sentido para acalmar os espíritos que amam a lei, o Estado, e as intervenções que a justiça pode fazer na vida do outro. O problema é ter que dar satisfação pra certas ameaças de covardes que, em nome de uma nação abstrata e de um faturamento que vai pro bolso de meia dúzia de burocratas e donos de construtoras, não pensa nas conseqüências do projeto na vida de quem mora no local. No caso, chamo de covardes os professores e estudantes da Unicamp que realizaram o vídeo Tempestade em Copo D´água.

É sabido – por estudos de pesquisadores independentes[1] – que é possível aumentar e dar auto-suficiência energética para o país apenas melhorando a captação de energia das hidrelétricas que já existem(falaremos mais disso em outro texto a ser publicado nesse blog).
A construção de novas hidrelétricas atende a interesses políticos e econômicos do Estado/Megacorporações. Destaco 3 deles: venda de cimento e outros materiais que favorecem as grandes empresas de construção civil; financiamento de campanha de políticos; futura propriedade privada da água represada.
É isso que está em jogo em Belo Monte. É o lucro contra a vida. A ganância dessas construtoras e dos políticos contra a população que mora no local, os trabalhadores das obras e todo povo que não opina sobre o assunto.

O grande capital privado representa algo bem maior que seu corpo de gestores e funcionários. Ele representa uma ideologia que entra na mente de muitos tecnocratas (ou aspirantes a tecnocratas) covardes.
Partindo dessa afirmação acima, pergunto: há ou não há ligação entre realizadores do vídeo Tempestade em Copo D´água e as grandes construtoras de Belo Monte?

O título do texto já respondeu.

Não consigo afirmar que o executivo da Andrade Gutierrez(AG) chegou pro rapaz de cavanhaque que aparece no vídeo e ofereceu uma mala de dinheiro pra ele. Ou que os professores envolvidos jantam, cursaram faculdade juntos e freqüentam o mesmo clube dos engenheiros da construtora. Mas posso afirmar que há ligação entre a AG e os realizadores do vídeo Tempestade em Copo D´água: todos atuam em nome do lucro pra meia dúzia e contra a população do local onde será construída Belo Monte.


[1] Independentes das grandes corporações, deixemos claro.

25 comentários:

  1. Esses almofadinhas da unicamp não tem vergonha na cara mesmo. Que mimimi da porra!!!
    Se quiserem processar o coletivo miséria ou qualquer um dos realizadores do vídeo, pode vir quente que eu to fevervendo!!!
    Vandré
    Advogado radical e baderneiro.

    ResponderExcluir
  2. Cara.. mais uma vez volto a falar sobre isso.
    Será que existe ligação entre os monges budistas e os neo-nazistas??
    Ambos querem um mundo melhor!
    Covardia é fazer ligações fantasiosas e sem fundamento. Convardia é não dar a cara a tapa e viver à sombra de um passado de ditadura como vivem nossos movimentos sociais.
    Convardia é não aceitar opiniões diversas das opiniões ditas intelectuais de nossos estudantes.

    Senhores, por favor, venham falar conosco, venham buscar na fonte como tudo começou.. o porquê do movimento.
    Acusar para a defesa de uma causa.. talvez isso sim seja converdia

    ResponderExcluir
  3. E repito.. falo isso independente do grupo.
    O tempestade, mais do que um grupo que fez um vídeo, hoje é um grupo de pesquisa em Energia, Impactos socio-ambientais. O movimento deu origem a algo novo.. que busca conhecimento.
    Dinheiro? Emprego? Parcerias?
    desculpe senhores.. mas estamos longe de tudo isso

    ResponderExcluir
  4. [Batata] Bruno, vivemos num mundo em que existe perseguiçao política e morte para muitos militantes de movimentos sociais no Brasil, principalmente no Norte e Nordeste, onde a concentraçao de renda e de terras dá tom as relações sociais. Não sei qual sua opinião a respeito da espulsão dos estudantes da USP, mas essa é uma prática abominável para uma universidade pública que se intitula uma das mais importantes do Brasil. Nossos movimentos sociais não vivem a sombra do passado da ditadura, o Brasil hoje, e principalmente aqueles que detem poder, utilizam dos métodos da ditadura: perseguições, ameaças, tortura e assassinatos. Não covardia nenhuma em deixar isso claro. Vivemos em uma realidade em que uma ocupação urbana de 8 anos está para ser brutalmente despejada em S. J. dos Campos, a terceira cidade com mais arrecadação do Brasil, e que devolve todos os anos cerca de 400 milhões de reais para o governo Federal, porque sua política do PSDB não vai de acordo com os programas sociais do PT. Uma briga política de merda que pode resultar do desalojo de mais de 9 mil pessoas!!!

    ResponderExcluir
  5. [Batata] Você diz que o grupo no qual faz parte não parou necessariamente na produção de um vídeo, mas sim, continua unido na pesquisa de áreas como energia, impactos sócio-ambientais etc... legal, a busca eterna do "conhecimento", acontece que todo conhecimento, e toda busca por ele, não está imune de todo o jogo de poderes que o cerca, digo isso falando mesmo de dinheiro. O conhecimento puro não gera riqueza. Por mais inteligente e ambientalmente sustentável que sua pesquisa possa ser, são o sinteresses econômicos das grandes empresas dessa área que darão o cheque final para a implementação desta pesquisa, ou não... ai sim está a relação covarde entre as empresas e as universidades... isso é covardia no meu ponto de vista.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Batata.. eu concordo com vc que existe uma relaçao convarde entre as universidades e as empresas. Infelizmente, desenvolve-se dentro dos grandes centros (não vou generalizar aqui, mas em grande parte das vezes) pesquisas que interessam e beneficiam diretamente alguns poucos.
      Talvez isso aconteça por falta de fomento a pesquisas independentes.
      Quando falo da sombra da Ditadura, refiro-me a uma desconfiança generalizada em tudo que provém do Governo. Seja esse de direita.. de esquerda ou qq coisa do tipo.
      Não vejo diretamente hoje nos movimentos estudantis (mais uma vez sem generalizar) uma força política para o bem do grupo. Vejo uma força política para ser contra. Ser contra o reitor, ser contra o governo, ser contra a burguesia. Nosso movimentos falam muito, mas acredito que agem ainda muito pouco.

      Excluir
  6. Bruno, vocês foram capa da Veja. Assunto nacional. A Veja é um panfleto financiado por grandes corporações, inclusive Andrade Gutierrez, Odebrecht e Camargo Correa, do Consórcio que está contruindo a Usina de Belo Monte e destruindo o Rio Xingu.

    Percebem o tanto de poder que vocês tem? Percebem o tanto de poder que o povo atingido pelas barragens tem? Percebe, inclusive o poder que esse Coletivo Miséria tem?

    Para os leitores da Miséria terem uma idéia:

    O vídeo "Tempestade em Copo D'água", feito pelos alunos da Unicamp a favor de Belo Monte, capa da Veja e os cambau, teve mais de 500 mil acessos no youtube.

    O vídeo "Pimenta nos olhos dos outros é refresco" feito pelos estudantes da Universidade Federal do Pará que fica em Altamira, cidade que terá grande parte de seu território alagado pela usina de Belo Monte , teve pouco mais de 18 mil acessos.

    O vídeo do Coletivo Miséria tem em torno de 6 mil acessos.

    Bruno, você, playboy, aspirante a tecnocrata, assim como a Andrade Gutierrez (AG), tem muito mais poder que as pessoas atingidas pela barragem. Mas você é a elite intelectual do país, né, mermão? E a AG é a elite econômica do país. Você deve achar natural ter mais poder que esse povo inculto e pouco estudado.

    Por isso reitero, sem nenhuma dúvida (nenhum talvez) em relação a vossa covardia e de seus pares:
    há ligação entre a AG e os covardes realizadores do vídeo Tempestade em Copo D´água: todos atuam em nome do lucro pra meia dúzia e contra a população do local onde será construída Belo Monte.

    Outra coisa: pouco me importa os estudos que seu coletivo faz pra maquiar a destruição que irão causar no rio Xingu. O que me importa é a opinião dos movimentos Xingu Vivo, Movimento dos Atingidos por Barragens e dos moradores afetados.

    Estou em Altamira, fazendo uma série de entrevistas sobre Belo Monte, e fotografando a região. Em breve posto matérias e fotos que estamos fazendo.

    Segue link do vídeo dos estudantes de Altamira:
    http://www.youtube.com/watch?v=kp5dwON3q4o

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. João, vamos lá.
      A entrevista com a VEJA, foi extremamente cuidadosa, tentamos falar o mínimo possível para não sermos deturpados. Que força que temos? Mesmo a VEJA sendo uma revista de massa "pseudo-intelectual", a massa pensante do país abomina essa revista.
      Quanto aos nossos acessos, realmente é incrível que um vídeo feito por estudantes chegue a esse nível de visualizações. E porque acredito que isso teve tanto "sucesso". Pq procuramos não apelar. (em minha opinião)
      Gostaria que me conhecesse antes de me denominar de "playboy aspira a tecnocata", até porque não lhe chamei momento algum de Hipponga maconheiro revolucionário, não é mesmo. Estando diposto a discutir assuntos relevantes, acredito que precisamos deixar nossas carrancas longe, para que a discussão seja limpa, sem ofenças ou deturpadas.
      O que trazer a tona um debate sobre Belo Monte tem de tão convarde?

      Quanto ao seu "Pouco me importa...", confesso que me assuta. Porque pouco lhe importa os estudos de um grupo de alunos e lhe importa a opinião da ONG? Realmente não conhecemos o XIngu e o povo que lá habita.
      Mas confesso que conheço, ao menos um pouco, sobre usinas, planejamento energético ea afins.
      Será que não é hora de fazermos um intercâmbio de conhecimentos?
      Ou ainda seremos um grupo de "pensadores" que se dividem em exploradores de pobres nordestinos e maconheiros vagabundos?

      Excluir
    2. Como vc nos chama de playboys aspirantes a tecnocratas sem nem nos conhecer? Sabe, eu não tenho dinheiro. Se não fosse minha bolsa alimentação e moradia, não teria condições de estudar na unicamp... participei do tempestade em copo d'água pois acredito que o brasil precisa de energia, e precisamos lutar para q essa usina seja construida da melhor maneira, com o mínimo impacto ambiental e social. Essa iniciativa surgiu em sala de aula e não há influência de nenhuma empresa, eu sei, isso não vai te convencer, mas q q eu posso fazer né? E seus argumentos são falaciosos.... vcs atacam a gente e não a construção da usina... Que tal fazer um debate sensato?

      Excluir
  7. "Pessoas brilhantes falam sobre ideias.
    Pessoas medíocres falam sobre coisas.
    Pessoas pequenas falam sobre outras pessoas"
    Dick Corrigan

    ResponderExcluir
  8. Bruno, vc deve lembrar de mim: demos aula no PROCEU no mesmo período.
    Vc notou o quão absurda soa a afirmação de que "Realmente não conhecemos o XIngu e o povo que lá habita."? Acha realmente possível fazer um vídeo minimamente decente sobre o assunto - e dizer que vcs montaram um grupo de estudos sobre os impactos ambientais e sociais do projeto da usina - sem conhecer a realidade local? E, para finalizar, o destaque dado pela Veja a um vídeo produzido nessas condições lhe parece insignificante?
    Natália

    ResponderExcluir
  9. Natália,
    Quando digo "Ralmente não conhecemos o Xingu (...)", digo que não conheço pessoalmente. Aliás, uma das coisas que queríamos era ir para lá.. conhecer e conversar com pessoas da região mas a grana nao deu.
    Bom.. mas não é por não ter essa experiência que nossos fundamento deixam de ter mais importancia na discussão. Tanto que não afirmamos nada sobre as pessoas que lá vivem ou coisas do tipo. Falamos o que gostaríamos para região, um desenvolvimento sustentável (que está atrelado à construção de Belo Monte com o PRDS). Obviamente que você pode alegar que "será isso que aqulas pessoas querem?". Em uma conversa com uma Paraens, contra BM, ela me disse que o povo espera sim esse desenvolvimento sustentável. Então assim, falta o conhecimento pessoal da população ribeirinha? Falta. Isso deixa nossos argumentos menos plausíveis? Acredito que não.

    ResponderExcluir
  10. Bruno,
    uma vez que os "fundamentos" que vocês apresentam intencionam apontar para um "desenvolvimento sustentável" (o que toca diretamente no ponto dos impactos à população local), eles só adquirem relevância se demonstram um conhecimento real da amplitude do projeto que vocês defendem. Se no site de vcs consta que "A intenção do movimento é levar às pessoas, de maneira fácil, dados concretos sobre a UHE a ser construída no Pará", reconhecendo que defendem a criação da usina (de modo que as pretensas "verdades" expostas no vídeo e no site são explicitamente parciais), é inadmissível que vcs não conheçam de fato a realidade local, seja pessoalmente, seja, no mínimo, mantendo contato com o pessoal de lá.
    Assim, acho que vem ao caso repetir as últimas frases do vídeo "Pimenta nos olhos dos outros é refresco":
    "Se você ainda tem dúvida, vem pra cá. Conheça nossa realidade, depois a gente conversa, tá bom?"

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Natália,
      Como disse no outro post. Gostaria muito de ir para lá, conhecer a realidade dessas pessoas, mas minha vida de playboy aspirante a tecnocrata não me permitiu ainda.
      Bom.. contato com pessoas que estão lá/são de lá nós temos. Mas isso não diminui as tendencias nas opiniões. Acredito que teria uma opinião formada sobre BM apenas indo para lá.
      Você já foi? Como seria um modelo bacana de desenvolvimento para aquela região segundo sua ótica?

      Excluir
  11. publicaçaozinha mediocre e falaciosa, porque nao dizer inclusive difamadora e caluniosa. eh por conta de pessoas como os srs q fazem esse "coletivo" q a politica e os demais assuntos dependentes dela no brasil como saude e educao nao avançam, o brasil tem grandes pensadores das ciencias humanas, e tentam criar ainda mais deles, mas soh conseguiremos atingir boa parte da utopia q eh um brasil igualitario qndo desenvolvermos nossa propria tecnologia e pararmos de nos vender como escravos produtores de comoditties e mercadorias de baixo valor agregado precisamos sim dos tecnocratas, dos desenvolvedores de tecnologia, penssoas q pensam enxergando e resolvendo problemas futuros, nao lamentando problemas passados e buracratizando a vida cotidiana, precisamos sim de mais energia, vivemos num mundo globalizado onde o capital ainda eh o q domina, nao qremos uma realidade cubana de opressao dos nossos desejos e vontades, nao qremos um sucateamento de nossos objetos tecnologicos, um dia teremos saude e educacao para todos como alguns podem alegar q cuba tem hj, mas uma revolucao cubana nao eh de longe o melhor meio para atingir esse fim. eh hora de desenvolver o país aproveitar a boa fase, a boa chance q temos agora. se outrora servimos ao mundo, agora vamos recolher oq eh nosso de volta. pessoas q pensam muito e agem pouco sao o grande impecilho para o desenvolvimento.
    solucoes podem ser lindas e maravilhosas, mas serao apenas fantasiosas se nao sairem do papel.
    caros , peço-lhes: proponham-nos uma solucao melhor e tao viavel qnto belo monte em um prazo tao curto, a um custo tao peqno (em todos os sentidos) qnto o projeto atual de belo monte. lembre-se energia eh necessaria para tudo, lembre-se de outra coisa, ateh msm esse sua calça precisou de energia para ser feita, nao ha sequer producao de alimento sem energia; e nos q consumimos cada vez mais energia nao podemos nos dar ao luxo de ter um corte no fornecimento.

    logo reafirmo meu pedido, proponhao-nos uma solucao melhor (arrumar a rede atual pode ateh aliviar, mas alem de ser carissimo ainda nao resolveria).

    ResponderExcluir
  12. [Batata] Ahhh, entendi tudo agora! é por causa de "coletivos" como o Miséria que o Brasil não vai pra frente... esses caras do Miséria sonham com um Brasil igual a Cuba e com um Brasil com déficit de energia elétrica... é parece que sim...

    http://batatasemumbigo.blogspot.com/2010/05/dica.html

    ResponderExcluir
  13. Nada a comentar sobre o post medonho do Erik.
    Bruno, eu nunca fui pra região do Xingu e sinceramente não tenho uma proposta de modelo de desenvolvimento para a região. Meu ponto não é esse, e sim que defendo que qualquer projeto surgido de interesses originalmente alheios a determinada região obrigatoriamente seja desenvolvido nos termos de interesse da população local. Não significa impor uma proposta que pareça boa para os moradores. Significa consultá-los, dando-lhes, inclusive, poder de veto. E, se for o caso, negociar uma proposta que de fato seja aceita pela maioria absoluta dos moradores. Isso implica que o processo não seja feito de maneira atropelada.
    Quanto ao que vc falou sobre achar que só poderia ter uma opinião formada sobre Belo Monte indo para lá, não acho que seja assim. Vc pode formar uma opinião a partir das informações a que tem acesso. Eu tenho uma opinião sobre o assunto sem ter ido para lá. A grande diferença, a meu ver, reside em fazer um vídeo como o "Tempestade em copo d'água", cujas pretensões vão muito além de demonstrar opiniões pessoais, sem os subsídios necessários para sustentá-lo (como a questão das implicações sociais).

    ResponderExcluir
  14. Algumas propostas para o problema energético brasileiro que tornarão desnecessária a construção da Usina de Belo Monte:

    - Reformas Agrária e Urbana amplas e irrestristas, que racionalizem principalmente os custos energéticos do sistema de transporte de pessoas e mercadorias e possibilite nova organização da vida política e econômica da população.

    - Fechamento de indústrias que usurpem elevadas quantidades de energia para usufruto de um percentual reduzidíssimo da população, extremamente concentrada nas regiões sul e sudeste, como, por exemplo: aparelhos celulares de última geração; carros de passeio de alto luxo; roupas de alto luxo; cosméticos de alto luxo; bens de informática de última geração destinados a acesso privado (tablets, notebooks, gps's etc.)

    - Desativação total ou parcial de centros financeiros e comerciais que usurpem elevadas quantidades de energia, tais quais: shopping centers, boates da alta sociedade, parques de diversões.

    O grupo de estudo de vocês poderia fazer uma pesquisa nessa direção? E ai de quem chamar isso de comunismo...é simplesmente o que os desenvolvimentistas da "velha geração", burocratas, tecnocratas e burgueses, propuseram há cerca de 50 anos atrás para esse tal de capitalismo brasileiro. Pelo menos tinham mais coragem do que vocês e sabiam que a neutralidade da ciência é nada mais que uma farsa orquestrada pelos poderosos.

    Não adianta dizer que são independentes. Não adianta achar que são independentes. Não são. Esse debate é a chance para vocês se redescobrirem, para perceberem de que lado estão no fogo cruzado da luta de classes. Se vocês se recusam a isso, é porque já escolheram um lado e terão que arcar com as consequencias quando a população tiver os meios concretos para que vocês não falem mais em nome dela.

    Assim como o aborto é um assunto da mulher, esse debate é um assunto do povo do norte. E antes de emitir QUALQUER OPINIÃO, por respeito, ética e valor a vida dos outros, é necessário que o povo do norte diga a sua palavra sobre a questão, e que ela seja respeitada.

    Parem de servir de lubrificante para o estupro dos outros.

    Taufic

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Taufic,
      Primeiramente lubrificante para o estupro dos outros é deixar que Belo Monte seja construída sem acompanhamento da população que está fora do Norte.
      Produção de Energia é algo de interesso nacional, caso não ache isso, pesquise um pouco de onde vem a energia que vc utiliza exatamente agora para ler essa mensagem.
      Em segundo lugar, as grifes da alta sociedade ou os carros de passeio de alto luxo e todas as coisas de alto luxo que citou, não são feitas no Brasil, lembre-se que o status social brasileira ainda valoriza o importado.
      Imagina o Brasil agora com a Av. Paulista em Sp capital fechada?
      Imaginou o caos brasileiro? Ok.

      Amigo, se você tivesse proposto o estudo de energias alternativas, otimizações de transmissão elétrica e otimização da demanda energética nacional, esse debate seria extremamente inteligente. Agora, desculpe-me, mas pare de servir de caverna para o homem das pedras.

      Excluir
  15. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  16. Vamos brincar de considerar populações locais E DIVERSIDADE CULTURAL de vez em quando??? Antes de ser discutido uma forma de DESENVOLVIMENTO para a região do Xingu, deve ser discutido se há um tipo e que tipo de desenvolvimento AS POPULAÇOES LOCAIS querem. É grotesco pensar numa relação benéfica entre aquelas populações e uma usina que ocupa seu território. Não preciso nem dizer quão bizarro é pensar no argumento "ah, vamos alagar só um pouquinho..." se o "um pouquinho" não corresponde às terras daqueles que querem alagá-las. Lembrando-se que invariavelmente sociedades "se esquecem" de suas minorias para o "bem maior" e, no limite, o bem maior acabou em movimentos fascistas.
    Já sei, aquele povo tá incomodando? tira eles de lá. Hmmmm, Legal essa medida. Gostaria de saber se alguém, empresa ou não, conseguiria alagar os cemitérios de SP, o Morumbi ou a Paulista sem encher o bolso da elite que ali mora. Alguém acha que os construtores OU o Estado vai deixar alguém do Alto do Xingu rico ou pelo menos em locais adequados????Agente REALMENTE acredita que alguém se importa com eles?? Alguém já viu outro alguém preocupado E TOMANDO MEDIDAS CABÍVEIS com relação aos problemas da população não rica, obviamente, do norte e nordeste???
    Não me interessa nem um pouco quanto Belo Monte vai produzir, por que se o raciocínio é esse, EBA, vamos transformar metade da USP num estacionamento gigante para acabar com o problema da falta de vagas em SP.
    Por que não? é um espaço pequeno se considerarmos os benefícios para a população estressada..O desenvolvimento tecnológico é mais importante do que o bem estar de populações??? Vamos voltar a testar operações médicas em judeus então...Dá pra ser tão hipocrita assim e não ver no que ignorar os meios para os fins bons levam???

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Vamos brincar de estudar a matriz energética, modelos de expanção economica e avaliações de impactos ambientais??
      Concordo com você que a região norte precisa de maior importância.
      Agora vejamos:
      Vivemos num país em que nossos governantes deveriam/devem tomar esse tipo de atitude, cobrados por nós seus eleitores.
      O governo tem um Plano Regional de Desenvolvimento Sustentável para o PARA.
      Nós não queremos esse plano (nós na realidade me refiro a voces), porque esse plano, sengundo nossa visão, não é o que o pessoal da região quer.
      Nossa como somos bonzinhos.. estamos defendendo aquela população.

      Gabi, desculpe, até agora não tinha usado a ironia para comentar posts, Mas por favor! Pensar em realocações adequadas, garantir que aquela população seja paga pelas perdas materiais e na medida do possível pelas perdas imateriais. É isso que queremos também.

      Excluir
  17. Quer estudar tudo isso aí? Então estuda direito, porque estudar energia é bem diferente de estudar Belo Monte (com os dados deles, inclusive, o que torna todas as informações absurdamente tendenciosas), que é o que vocês estão fazendo no site.
    Antes de vir dizer que o "Brasil" precisa de mais energia para "crescer", vamos ver primeiro para que a energia está sendo usada e para que vai ser usada, e aí pensar se a usina é necessária, e, se necessária, fazer de uma maneira minimamente decente.
    Agora, olhando o site, vi argumentos extremamente fracos, quando não, completamente distorcidos ou sem cabimento.
    Logo no começo vocês falam sobre a nossa conta de luz pra dizer que o faturamento vai ser de 40 bilhões. De duas uma, ou vocês acham que finalidade dessa energia produzida é para abastecer as casas ou vocês acham que as grandes empresas pagam o mesmo por KW/h do que a gente, ou consideram exportar alumínio para comprar produtos acabados algo lucrativo. Acho que não. Inclusive, na Unicamp mesmo, o professor Oswaldo Sevá Filho diz que estudos apontam que a geração de energia no Pará é deficitária (puta investimento, hein?).
    http://www.youtube.com/watch?v=A9kyIFC8G0g&feature=related (são 4 partes)
    Depois vocês ainda vem comparar o desmatamento ilegal com o desmatamento causado por BM. Que cabimento isso tem? "Ah, já que tão fudendo tudo, tudo bem eu fuder só um pouquinho...". Peraí, acho que não é bem assim que devemos pensar...
    Outra coisa linda no site é a tal da energia "limpa". Bom, estudando direito vocês saberiam que poluir a água não é o único impacto ambiental possível. Qualquer pessoa com acesso ao google (como eu), em 2 minutos (literalmente, só digitei "impacto ambiental hidrelétrica") encontrei um trabalho acadêmico que diz um pouco sobre os impactos de uma hidrelétrica. Alguns pontos: Diminuição da correnteza do rio, que altera o fluxo de sedimentos; modificação da temperatura da água; como a água fica mais parada, ocorrem reações químicas que geram compostos nocivos aos humanos; também há interferência na biodiversidade, já que existe uma barreira física para a locomoção dos peixes, o que afeta diretamente a população; e também são gerados gases poluentes. No vídeo, o Sevá coloca alguns riscos que a represa oferece, que não são devidamente estudados.
    Depois falam que lutando por BM estamos lutando pelo melhoria da condição de vida do povo de lá. Primeiro que, historicamente, as hidrelétricas tiveram consequências desastrosas para as populações locais (e achar que as intenções são diferentes é muita ingenuidade), e segundo que é no mínimo abominável esse interesse travestido de preocupação com a população. E ainda vem dizer que o projeto está sendo estudado desde a década de 70. Sério mesmo? DESDE a década de 70? Ininterruptamente? Sempre visando o bem de todos? Como eles são bonzinhos e dedicados...Santa ingenuidade. Isso aí é um projeto DA DÉCADA DE 70, que inclusive, já foi barrado duas vezes por irregularidades medonhas.
    Então, obviamente, vocês não estão interessados em "levar dados concretos" sobre a usina, e sim, conseguir argumentos a favor dessa construção, sabe-se lá por que motivo.
    E por último, tô me fudendo se vai gerar 400cacetalhões de picawatts, o "Brasil" só precisa dessa merda pra dar mais dinheiro a quem já tem dinheiro, e porque ninguém tá se lixando para as mais de 20.000 pessoas diretamente afetadas pela obra, incluindo vocês, que agora que tem algum interesse na região, vem propor um projeto lindo, maravilhoso, que vai acabar com os problemas deles...total ilusão. Um indício bem forte disso é que, no site de vocês, não há nenhuma menção sobre como pretendem indenizar a população, há apenas frases bonitas de como deveria ser feito, ou seja, ou vocês nem sabem como será feita essa indenização, ou nem querem mostrar.
    Então vamos parar com essa palhaçada de "desenvolvimento sustentável", "melhoria de vida da população" e tirar a máscara, assumir que estão pouco se fudendo mesmo.

    ResponderExcluir
  18. Bruno, percebo que as figuras de linguagem não são seu forte.
    A meu ver, vc não respondeu às questões mais importantes colocadas por mim, pelo Taufic e pela Gabi, dentre as quais destaco:
    1) um modelo de desenvolvimento que tenha como base as reformas agrárias e urbana; a desativação de centros comerciais que usurpem grandes quantidades de energia.
    2) a falta de embasamento do vídeo de vcs no que se refere ao conhecimento da questão social que está em jogo.

    Sendo assim, acho que não faz muito sentido te "responder", sendo que vc não apresentou nenhum argumento relevante às questões que colocamos.

    Ainda assim, faço um último comentário, tomando por base sua afirmação de que "Nós não queremos esse plano (nós na realidade me refiro a voces), porque esse plano, sengundo nossa visão, não é o que o pessoal da região quer. Nossa como somos bonzinhos.. estamos defendendo aquela população."

    Em nenhum momento foi afirmado que "NÓS" (quem somos nós?) sabemos o que é melhor para o povo de lá, mas sim que eles não foram e certamente não serão consultados da maneira adequada, com o poder de voz que lhes cabe. Repito: "Não significa impor uma proposta que pareça boa para os moradores. Significa consultá-los, dando-lhes, inclusive, poder de veto. E, se for o caso, negociar uma proposta que de fato seja aceita pela maioria absoluta dos moradores. Isso implica que o processo não seja feito de maneira atropelada."

    Nesse sentido, soam ridículas as palavras do seu professor de que "A luta pela não construção de Belo Monte é uma LUTA ERRADA, contrária aos interesses do Povo Brasileiro em geral, e daqueles diretamente afetados, em particular.
    Temo pelos nativos e outros povos da região, nossos irmãos."
    Imagino que ele tenha um forte apreço por nossos "irmãos" e, por isso, se dê ao direito de falar em nome deles, como faz aqui. Conclusão: quem está falando em nome de quem? Quem evoca os "interesses nacionais"?

    ResponderExcluir