domingo, 19 de fevereiro de 2012

seqüência

tinha um pesadelo onde todos os dias eram iguais.

eu não sabia quando começava, nem onde terminava

nele as casas eram iguais, todas quadradas, beges, paredes encardidas e uma janela bem pequena no alto da parede da frente, o vidro também encardido

não haviam portões, nem quintais, nem pessoas

ruas intermináveis

uma sequência infinita de postes de concreto

as ruas eram bem estreitas, as casas enormes, pareciam esconder o céu

o céu, esse era sempre cinza

no trabalho, milhões de computadores

milhões de pessoas idênticas operando computadores

no pesadelo eu era parte disso

no sonho eu era tudo aquilo e não existia

eu não sentia nada

o sonho nunca terminou

(poema da Juliana publicado na Casuística)

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