quinta-feira, 9 de junho de 2011

Burnout

“Burnout”
(Nico Moreira)

Arno faz o vento, 
Seiko marca o tempo, 
Dako esquenta o rango, 
Consul gela o frango.

Não são uma Brastemp, mas foda-se.

Hortência foi rainha, 
Pelé já foi rei, 
Neymar tem espinha, 
Richarlyson é gay.

Nenhum deles nada bem, mas foda-se.

Alguns imãs não grudam na geladeira, 
Algumas mentiras não colam, 
Algumas mulheres deviam ser freira, 
Alguns homens não choram.

Freiras não pintam o cabelo, mas foda-se.

Saramago ganhou um Nobel, 
Diário de um Mago vendeu prá dedéu, 
Muita gente leu a Bíblia, 
Pouca gente entendeu.

Não terminei meu Saramago, mas foda-se.

O Word é ruim de conta, 
O Excel não mora na filosofia, 
Auto Cad se liga em planta, 
Power Point em teologia.

Não sei nada de Corel Draw, mas foda-se.

Paciência tem limite, 
Alegria de banguela não tem dente, 
O verão é uma alegria doente, 
Cheia de dengue e conjuntivite.

Ando meio sem paciência, mas foda-se.

A gente gosta do meio ambiente, 
Desde que seja perto da cidade. 
O calor das falsas lareiras 
Vem da eletricidade.

Não tô nem aí prá essa merda toda, 
Quero mais é que se foda.

Um comentário:

  1. cara, muito foda esse poema, uauhauauhauhuhauhaa, muito bom mesmo... quero publicá-lo no KRISIS, que acham?

    abxxx

    tio.taz

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